Moscatel de Setúbal
TÃO BOM QUE É CONHECIDO
COMO VINHO GENEROSO.
Descubra tudo sobre o vinho que é a cara mais conhecida desta região; um vinho único no mundo: o Moscatel de Setúbal.
Desconhece-se o momento preciso em que terá começado o cultivo da casta Moscatel na Península de Setúbal, mas estima-se que os Fenícios e os Gregos tenham dado um forte impulso na divulgação do vinho, incentivando as trocas comerciais com outros povos através do estuário do Sado.
A fama do Moscatel de Setúbal, além-fronteiras, terá começado na segunda metade do século XIV, quando Ricardo II de Inglaterra se torna um importador assíduo de Moscatel de Setúbal. Durante o reinado de Luís XIV, o prestígio só aumentou. O “Rei Sol” não dispensava o vinho generoso nas suas festas em Versalhes. Nos séculos XV e XVI, durante a expansão portuguesa, o Moscatel de Setúbal viajava nas naus e galeões em direção à Índia. Após os Descobrimentos, os vinhos eram transportados nas longas viagens às colónias e, muitas vezes, faziam a viagem de ida e volta em barricas expostas ao sol ou submersas na água no fundo dos navios, o que acabou por melhorar a sua já admirada qualidade, originando os chamados vinhos de “Roda” ou “Torna Viagem”, muito valorizados em leilões e dos quais o Moscatel de Setúbal é considerado o embaixador mundial.
O francês Léon Douarche referiu-se ao Moscatel de Setúbal dizendo: “ É o Sol em garrafa”.
CARACTERÍSTICAS
O SOL EM GARRAFA.
De eterna volúpia, enorme sensibilidade e prazer, os Moscatéis de Setúbal são maravilhosos na harmonia sempre difícil entre açúcar, álcool e frescura. Feitos a partir das castas Moscatel de Setúbal ou Moscatel Roxo de Setúbal, têm a cor dourada, com forte carácter citrino, doce e compotado. São considerados “o património nacional português que se bebe”, sendo apreciado por reis e pelo povo desde tempos imemoriais.
Há ainda as seguintes classificações:
Superior: vinhos com um mínimo de cinco anos de idade e que tenham obtido na câmara de provadores a classificação de qualidade destacada.
Reserva: prevê apenas prova em Câmara de provadores com classificação de qualidade destacada.
Moscatel de Setúbal Datado: ano da colheita. Significa que este Moscatel de Setúbal não é blend ou mistura de lotes de diferentes uvas. É somente Moscatel de Setúbal, daquele ano de colheita
Moscatel de Setúbal Não Datado: significa que este Moscatel de Setúbal é blend ou mistura de lotes de diferentes uvas. No seu lote coexistem Moscatéis de Setúbal de diferentes anos de colheita.
Saiba como harmonizar o Moscatel de Setúbal:
MOSCATÉIS DE SETÚBAL NOVOS
(menos de 5 anos)
Se há amigos e há conversa, há de haver Moscatel de Setúbal.
Os Moscatéis de Setúbal, na sua fase mais jovem, são frutados, florais, inebriantes, sedosos, românticos na boca e atrativos ao olhar. Ideais para beberricar acompanhado de uns frutos secos ou tapas. São o par perfeito para doces de laranja, limão ou de chocolate. O seu sabor tão intenso quanto insinuante remete a momentos de liberdade, frescura e leveza.
MOSCATÉIS DE SETÚBAL VELHOS E SUPERIORES
(com 5 anos ou mais)
Perfeitos para aquele momento de indulgência. E para acompanhar o doce e frutos secos/aperitivos.
Os Moscatéis de Setúbal velhos e os Superiores são vinhos com grande personalidade, “generosos” na plenitude da palavra. Combinam de modo harmonioso com o chocolate negro ou qualquer sobremesa à base de chocolate, ovos, canela ou café. De cor dourada, que vai do topázio ao âmbar, textura aveludada e paladar intenso, têm notas de frutos secos, destacando-se as nozes, avelãs, passas, especiarias e compotas de ginja e figo, bem como as notas de café e chocolate, nos mais velhos. Mais do que uma bebida feita de sabores intensos, subtis e enigmáticos, são uma via de fuga, de escapismo, um momento de liberdade e indulgência – contemplativo, introspectivo e renovador. Podem ser encontrados em lotes de 10, 15, 20, 25, 30, 35 e mais de 40 anos de idade, alguns deles com mais de 100 anos de estágio em barril, sendo a companhia ideal para um bom charuto.
O VINHO BEM CUIDADO SERÁ
UM VINHO MUITO APRECIADO.
TEMPERATURA DE SERVIÇO
Afinal, qual a temperatura de serviço e cuidados a ter em conta para servir um vinho no seu melhor? Atendendo à diversidade de ocasiões, idades dos vinhos e estilos de Moscatel de Setúbal, esta é sempre uma pergunta para a qual a resposta não é linear. Um Moscatel de Setúbal pode ser servido como aperitivo, e neste caso a temperatura ideal de serviço será de 10º a 12ºC. Os utilizados com este propósito são normalmente os moscatéis mais jovens, mais exuberantes no aroma. Entretanto, dependendo das condições de serviço, época do ano, temperatura ambiente, serviço ao ar livre ou dentro de casa, esta temperatura poderá baixar um pouco, ficando entre os 8º e os 10ºC.
Quando servimos Moscatéis de Setúbal mais velhos (mais de 5 anos), para que se tire partido de toda a delicadeza e riqueza dos mesmos, a temperatura deverá subir para os 12ª a os 14ºC. São sobretudo estes que são servidos como vinho de sobremesa e, neste caso, tendo em conta mais uma vez as condições do serviço (temperatura ambiente,…), a temperatura poderá subir para entre os 14ª e os 16ªC.
Há no entanto quem considere que vinhos mais raros e ainda mais velhos devem ser servidos entre os 16ºC e os 18ºC. Faça a sua experiência e diga-nos como prefere o nosso Moscatel de Setúbal.
– Como guardar o Moscatel de Setúbal: com a garrafa guardada na vertical (de Pé).
Ao contrário do que é recomendado nos vinhos ditos “tranquilos” (branco, tinto e rosado), as garrafas de Moscatel de Setúbal devem ser armazenadas na vertical, sobretudo as mais antigas, devido ao sedimento que se cria com a idade. Desta forma, facilitamos o serviço, para que o mesmo não turve o vinho no momento de servir e já no copo. É importante desmistificar que os sedimentos não são perigosos, não são consequência de más práticas enológicas, não são um defeito nem um sinal de descuido, apenas o resultado natural dos vários procedimentos de vinificação e estabilização, que pela altíssima riqueza proteica das castas (Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo) não foi possível impedir que se formassem.
Acresce ainda que, tal como noutros vinhos tranquilos e licorosos, também nos Moscatéis de Setúbal, por vezes é uma opção do produtor intervir o mínimo possível no processo de vinificação e estabilização do vinho antes de o colocar na garrafa. Também nestes casos a existência de alguns “sedimentos” é por vezes o “preço a pagar” para disfrutarmos dum vinho ainda mais rico e expressivo, a todos os títulos.
Como o Moscatel de Setúbal é, por regra, um vinho estagiado em processo “oxidativo”, o facto de a garrafa estar em pé e existir algum oxigénio entre a rolha e o vinho durante a sua armazenagem, em nada o prejudica.
– Onde guardar o Moscatel de Setúval: a temperatura do local.
Sugere-se a guarda em local fresco, ao abrigo da luz e com pouca amplitude térmica. No frigorífico estará sempre apto a ser servido, mas desaconselha-se que o mesmo seja local de guarda, a exposição a baixa temperatura durante muito tempo potencia o surgimento dos sedimentos de que já falámos, que não constituem qualquer problema mas que por vezes não causam boa impressão a quem desconhece a razão do seu aparecimento.
– Qual o tempo de guarda depois da abertura de um Moscatel de Setúbal?
Depois de aberta a garrafa, um vinho Moscatel de Setúbal não perde imediatamente as suas qualidades. Dependerá dum conjunto de circunstâncias, mas atendendo a que é um vinho estagiado em processo “oxidativo”, desde que armazenado em boas condições após a abertura da garrafa, continuará a ser um prazer degustá-lo durante vários meses. A melhor forma de o comprovar será prova-lo antes de servir.