O solar desta casta é a Península de Setúbal. Os seus cachos são pequenos e compactos, de bagos redondos e tom rosado, de extrema doçura. Esta casta, à semelhança do Moscatel de Setúbal, tem um perfil aromático riquíssimo e contribui, de forma inequívoca, para as características de aroma e sabor dos vinhos a que dá origem. Comparativamente com os vinhos da casta Moscatel de Setúbal, este vinho generoso possui um aroma mais seco e complexo, mas não menos rico, à prova excede as expectativas criadas pelo aroma exibindo um paladar finíssimo onde ressaltam as especiarias e as compotas de ginja e figo.
O Moscatel Roxo de produção mais limitada é por isso menos conhecido do que o Moscatel de Setúbal. No entanto, não menos apreciado.
João Ignacio Ferreira Lapa, em 1866, descreve assim esta casta e o vinho dela obtido:

“O Moscatel roxo é fabricado com o Moscatel d’esta mesma cor, planta finíssima muito aromática e sacarina, mas, como todas as plantas delicadas, pouco produtiva e muito melindrosa. Desmaia a cor roxa deste vinho com a velhice, parecendo então vinho Moscatel branco velho; mas embora, porque o sabor balsâmico que adquire em troca, indemniza no paladar o agrado que desmereceu à vista”.